A face mais visível do boom da construção civil no país são os imóveis sendo erguidos e lançamentos de empreendimentos para todas as faixas de renda num ritmo nunca visto.
Fabricantes de materiais, 20,3% do Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil brasileira vivem em lua de mel com o mercado e só falam em investir. Segundo integrante de maior peso nesta cadeira produtiva aumentou a velocidade de negócios nos últimos meses de 2009 e não deve tirar tão cedo o pé do acelerador. A expectativa contamina segmentos da produção uqe tem maior demanda quando as obras avançam para a fase final.
A gaúcha Solarium Revestimentos, do ramo de pisos, saboreia a expansão em todas as regiões onde atua. A presidente da empresa, com sede em Porto Alegre e plantas em São Bernardo do Campo (SP), Brasília, Rio de Janeiro e Recife, Ana Cristina de Souza Gomes, já está duplicando a capacidade na cidade do ABC paulista. Os recursos somam R$ 2 milhões e ajudarão a cumprir a meta de vender 20% mais em 2010. A unidade paulista responde por 70% da comercialização e abastece Sul e Sudeste. A projeção total da Solarium deve ser 25% maior no ano frente a 2009.
Outra aposta é o Nordeste, onde a filial fechou 2009 com faturamento 80% maior. “Foi fantástico”, comemora a empresária, que usa o conhecimento de arquitetura para estender seus produtos aos mais diversos clientes, de residências da classes A e B e para o ramo de hotelaria. “Estamos indo para a maior feira do setor nas Américas com o dobro de lançamentos” adianta Ana Cristina, que investe ainda em formação de mão de obra. Previsão da Associação Brasileira de Materiais de Construção (Abramat) é que sejam abertas mais de 180 mil vagas formais em 2010 em toda a cadeia. Na área de ação da entidade, maior tecnologia poderá compensar menor oferta de profissionais.
O presidente da associação Melvyn Fox, espera pela recuperação de setores ligados ao acabamento, onde figura a Solarium. No ano passado, Fox lembra que construtoras e varejo buscaram encomendas novas a partir do segundo semestre. “Quem mais sofre foram os itens de baixo, como cimento, e acabamento”, assinalou o dirigente. O sintoma de aquecimento foram os dois últimos meses do ano passado. As vendas foram 4,25% maiores que o mesmo mês de 2008.
Reportagem do Jornal do Comércio de 08 de fevereiro de 2010.