Neurodiversidade na arquitetura refere-se a uma abordagem inclusiva que leva em consideração as necessidades e experiências de pessoas neurodivergentes no design e planejamento dos espaços.
Neurodivergência é um termo usado para descrever uma ampla gama de variações neurológicas, como autismo, síndrome de Asperger, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), dislexia, entre outras. A neurodiversidade reconhece que pessoas neurodivergentes podem ter percepções sensoriais distintas, processamento cognitivo único e preferências espaciais específicas. Portanto, o objetivo é criar ambientes que sejam inclusivos e adaptáveis.
Dessa forma, arquitetos pensam cada vez mais em projetos que possam respeitar todos os usuários, aliando estratégias para que as mais diversas pessoas se sintam confortáveis nos espaços. A experiência em um ambiente varia de indivíduo para indivíduo, cada um com suas próprias percepções e habilidades. Levar em consideração a variabilidade neurocognitiva faz toda a diferença na construção de um bom design.
Abaixo, listamos alguns princípios da neurodiversidade na arquitetura:
- Sensibilidade sensorial: considerar a sensibilidade sensorial das pessoas neurodivergentes em relação a estímulos visuais, auditivos, táteis e olfativos. Isso pode envolver a seleção de materiais de construção e acabamentos que reduzam o ruído, a iluminação excessiva ou a sobrecarga sensorial.
- Flexibilidade espacial: projetar espaços que possam ser adaptados e reconfigurados de acordo com as necessidades individuais. Pode incluir áreas de descanso, espaços de estimulação sensorial ou opções de privacidade.
- Orientação e sinalização claras: aplicar sinalização clara e direta para ajudar na navegação e orientação dentro do ambiente construído. Marcadores visuais, cores distintas e instruções visuais podem ser úteis para pessoas com dificuldades de orientação espacial.
- Acessibilidade: garantir que os espaços arquitetônicos sejam acessíveis a todas as pessoas, independentemente de suas habilidades ou necessidades. Em geral, envolve a instalação de rampas, elevadores, corrimãos e banheiros acessíveis.
- Espaços tranquilos: reservar áreas onde as pessoas possam se retirar e relaxar, especialmente em ambientes com alta estimulação sensorial. Para o espaço corporativo, funcionários neurodivergentes podem se beneficiar muito com a separação da cozinha e do local de alimentação em relação às mesas de trabalho, o que previne a hipersensibilidade a odores. Além disso, ofertar áreas silenciosas dedicadas ou compartimentos à prova de som, como biombos ou placas acústicas, podem criar uma ambiência mais inclusiva e democrática.
Foco no ser humano e sua pluralidade
Elementos de design com foco no ser humano são empáticos, respeitando a singularidade sensorial das pessoas. Seguem a premissa de que o design deve ser guiado pelas necessidades de seus ocupantes, considerando profundamente o impacto da visão, da textura e da cor.
Os mobiliários instalados são pensados para trazer sossego, em geral com formas mais suaves, curvas e tons terrosos. A dica é incorporar almofadas, abajures e poltronas confortáveis para reduzir a sobrecarga sensorial e restaurar o equilíbrio mental. A biofilia é mais uma tendência, pois fortalece a conexão humana com a natureza. Dessa forma, integra elementos como vegetação, plantas e iluminação natural para promover benefícios como a redução do estresse e a melhora do humor. O uso de madeira é uma estratégia para reduzir os ruídos visuais, contribuindo para a sustentabilidade e tornando o espaço mais agradável.
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Ao projetar espaços que respeitam uma variedade de necessidades, personalidades e habilidades, os arquitetos conseguem planejar ambientes inclusivos e harmônicos. É importante garantir que as pessoas possam desfrutar ativamente de todas as suas competências, utilizando o design em prol da diversidade.